#Viver é cada vez mais uma sorte
Susan Sontag no seu Olhando o sofrimento dos outros, Quetzal, 2015, aborda o papel do "espetador de calamidades".
Infelizmente somos agora todos espetadores de calamidades por constante divulgação de imagens, de palavras, de sons, de registos de factos trágicos.
Se há mais de um mês a falta de meios, de coordenação, o pânico, as situações meteorológicas, causaram tragicamente a perda de vidas em Pedrógão Grande, hoje um acidente de avião numa praia colheu (inacreditavelmente) pessoas que estavam a aproveitar um simples dia de Verão.
Pode, de facto, acreditar-se numa linha ténue do acaso, incontrolável e desconhecida, mas, ao mesmo tempo, pode questionar-se se a incúria pode aparecer aos olhos de quem observa, testemunha in loco, como um mero acaso.
@mmalheiro