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Blog de escrita nas horas extra dos dias

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# Da vida numa bolha- a Educação ( feat. Madness)

há dias assim: de manhã leio um artigo de um padre em picardia com um secretário de Estado, à hora de almoço cai no meu email um blog novo de um professor, de carreira feita, provavelmente num escalão aceitável para viver tranquilamente e que subitamente se cansou de tudo e meteu Licença sem Vencimento de Longa Duração. O que este professor escreve é demonstrativo da absoluta verdade, fora de uma bolha que querem parecer aos outros "perfeita", a da Educação. Se os relatórios da OCDE e do CNE revelam aquilo que já se sabe, que há uma classe docente envelhecida e cansada, sem renovação de quadros, com candidatos a docentes de carreira com vinte anos de serviço, no lado da "bolha educativa" há a visão fantástica de disciplinas de projeto de cidadania, de dispensa de três horas aos funcionários públicos no primeiro dia de aulas dos filhos, de passes familiares em autocarros com menos cadeiras ou comboios a abarrotar de gente, de uma escolaridade obrigatória menos exigente, sujeita a domínios de aprendizagens essenciais, em que o acesso à informação é totalmente "simplex" nada "complicadex" -com algum interesse  como há 25 anos atrás -quando se tinha de pesquisar mesmo  para aprender. Que geração será esta no futuro? uma geração em que lhes é transmitido que tudo é fácil,  que não é necessário grande empenho para transitar de ano, em que o respeito pelo outro- professor, pais, funcionários, qualquer um- é algo tão mínimo e relativo que se dissipa pelo tempo. lembro-me da minha professora de História do 12º ano nos ter dado ,no ínicio do primeiro período, três páginas de bibliografia para pesquisarmos e estudarmos. pensámos na altura que era uma megera insana. no primeiro ano da Faculdade e seguintes a história era igual. É questionável, então, se há tempo por parte do aluno para a aquisição plena dos conhecimentos e para uma perspetiva crítica sobre os mesmos ou se serão mais importantes os papagaios de papel que se lançam numa praia, em prol de um projeto de escola. 

Fica aqui ,para seguir , o Blog https://lsvld.blogspot.com/.

Música dos Madness- all rights reserved to Madness.

 

@mmalheiro

 

publicado às 12:27

#uma aventura numa loja do cidadão

9 horas da manhã. Estamos na cauda de uma fila para a entrada de uma loja do cidadão nos arredores de Lisboa. Após duas tentativas falhadas na loja do Passaporte no Aeroporto de Lisboa, pensamos que à terceira será de vez. Nessas duas tentativas levámos o benjamim da família com apenas 18 meses de primaveras. "as senhas acabaram, portanto, já não é prioritária", disseram-me da primeira vez. Como se a prioridade cessasse no momento em que já não há senhas. Da segunda vez, a um sábado de manhã, vários casais com filhos exigiram o seu direito à prioridade. Às nove e meia da manhã já não havia senhas.

Nesta terceira tentativa para fazer o passaporte, depois de desistir de um agendamento garantido para a bela Portalegre, eis-nos na terra onde D. Dinis ia vê-las. Após a primeira fila, vamos para a fila da máquina de senhas. A Lola, robot extraordinariamente eficaz que levou um valente pontapé em Coimbra pela sua indiferença face a um cidadão que lhe perguntou "onde é o bilhete de identidade?",circula muito murchinha por ali. O meu filho mais velho, de 14 primaveras, diz - me tranquilo "tudo isto é normal, mãe, este caos". Pensei que é preocupante quando se considera normal o caos. Com o fecho de várias lojas do cidadão no centro de Lisboa, aumentou o caos nestas lojas do cidadão nos arredores de Lisboa. Só se safa Portalegre.

A desorganização burocrática, o caos nos transportes, a falta de meios em vários setores da função pública, levam-me a pensar sobre este país de défice orçamental zero e sem superavit na qualidade de vida. Durante quanto tempo aguentarão os cidadãos portugueses estar na cauda da Europa em tudo? Até quando viverão os portugueses neste caos mascarado de "bela felicidade"?

Há muitos anos numa empresa de telecomunicações que ainda era PT houve um dia de muita afluência na secção comercial, estava uma fila imensa. Do nada surgiu alguém que em 5 minutos conseguiu solucionar o caos. Era apenas o CEO. 

(à equipa da loja do cidadão da terra onde D. Dinis "ia vê-las")

@mmalheiro

publicado às 16:52

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