# Dias de pandemia- o olhar de Zizec
No momento em que editores e livreiros se confrontam com uma quebra nas vendas, há quem aposte e bem na versão digital de livros , muitas vezes em formato de download gratuito. Portanto, empresas do ramo livreiro e editorial estrangeiras colocaram à disposição dos "confinados" milhares de livros.
O Arquivo de Internet Mundial tem as suas portas abertas para muitas leituras, assim como várias bibliotecas que disponibilizaram o seu acervo digital.
Hoje ao ler uma entrevista do filósofo Zlavoj Zizec soube que publicara há dias um ensaio sobre esta pandemia e que estava num momento incessante de escrita, em virtude deste contexto trágico em que nos encontramos. Preparava-me para comprar o seu ensaio na OR Books quando me deparei com a agradável surpresa de um dowload gratuito para os primeiros 10.000 leitores.
Portanto, Pandemic já está aberto e a ser lido com muita gratidão a estes editores.
As primeiras páginas aproximam-se da visão do filósofo português José Gil "A pandemia e o capitalismo numérico" lida hoje no jornal Público. Afirma Zizec (2020, p. 39) :
" (...) But maybe another and much more beneficent ideological virus will spread and hopefully infect us: the virus of thinking of an alternate society, a society that actualizes itself in the forms of global solidarity and cooperation" .
Lendo, a par deste magnífico ensaio , um livro de organização pessoal da japonesa Marie Kondo, penso que, de facto, há um excesso de bens materiais nas sociedades ditas "capitalistas" por oposição áqueles que lutam por comida numa rua ( imagens ontem do Quénia na TV).
Se agora que tudo está parado , confinado em casa, os níveis de poluição diminuiram drasticamente, sendo isto visível do espaço, quando este confinamento cessar voltaremos a uma sociedade poluída a todos os níveis?
Sendo este um tempo de aparente pausa, refletamos sobre o que pensadores e cientistas nos mostram , para além das curvas e dos planaltos que os matemáticos analisam em grupo e discutem entre si. Cada número na estatística dos óbitos faz falta a alguém.
Para além da estatística tem de haver esperança e reflexão sobre o futuro próximo que nos espera e que afeta todos os nossos familiares, amigos, colegas, conhecidos, vizinhos, etc, etc, etc.
Pode adquirir aqui o ensaio - Pandemic (Or Books), 2020- all rights reserved to Zlavoj Zizec
@mmalheiro