Foto do filme Breakfast at Tiffanys na NYPL - via Pinterest.
Dia mundial do livro e tantos ainda que não sabem ler o seu próprio nome, assinar ou ler uma conta doméstica. Durante anos tem sido fundamental o papel das bibliotecas, primeiro itinerantes, caso da Biblioteca Gulbenkian que percorria terras por Portugal adentro, depois bibliotecas municipais.
Agora que os ebooks subsistem a par com os tradicionais livros em papel haverá mais leitores? Ou ler-se-á apenas o "feed" das notícias das redes sociais ou dos jornais digitais?
Continua a ser magnífico entrar numa grande biblioteca como é o caso da Biblioteca Nacional em que há anos, antes do grande processo de digitalização dos arquivos ( a maior parte online no site), para se aceder aos "reservados" era necessária uma autorização especial. Ali se ficava a sós com toda a história nas mãos.
Há cerca de um ano que um livro me acompanha [Walden].
Creio que Pessoa se terá inspirado no homem simples do campo, puro filósofo, que Thoreau encontrou no lago Walden, para dar vida a Alberto Caeiro.
Todos os dias ,ou sempre que posso, leio ou releio as palavras de Thoreau que, em momentos às vezes críticos de vida, quando parece "que tudo arde", se encaixam literalmente no tempo presente, como por exemplo:
" (...) corremos o risco de esquecer a linguagem que todas as coisas e acontecimentos falam sem metáfora, e se mostra, na sua singularidade, abundante e exemplar. (...) O que é o curso da história, a filosofia, ou a poesia, por mais selecionada que seja, ou a melhor sociedade, ou a mais admirável rotina de vida, em comparação com a disciplina de olhar incessantemente o que existe para ser visto? (...)Lede o vosso destino, vede o que está à vossa frente e marchai para o futuro. (...)Gosto de uma larga margem para a minha vida."
[Walden, 1854: 130]- capítulo "Sons"
escute em streaming a emissão ao vivo, em permanência, da Minnesota Public Radio em homenagem a Prince
( grande músico)
@mmalheiro