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Blog de escrita nas horas extra dos dias

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# Da apologia do otimismo ingénuo

Em dias de contagem numérica de casos, de perdas de vidas humanas, de concelhos com elevado risco de transmissibilidade, penso de que modo é que as crianças e os jovens podem ser simplesmente isso: crianças e jovens.

Esta semana ,na escola onde dou aulas, as crianças sem professores brincavam com guarda-chuvas abertos ao contrário e saltavam alegres , de máscara posta, nas poças de água que a tempestade Bárbara deixara pelo caminho. Os meus alunos adolescentes, ao verem aqueles saltos ingénuos, estavam indignados e preocupados com aquelas crianças, dizendo que não deviam fazer aquilo, que era perigoso, perigoso brincar.

Quando falam nos elevados índices de transmissibilidade após a abertura das escolas e do trabalho das gentes, só posso defender os alunos e os meus colegas professores. Num dia com , por exemplo, seis tempos letivos, as crianças/jovens desinfetam as mãos dezasseis vezes por dia, no mínimo, e andam de máscara e estão de máscara nas aulas.

Num momento tão importante das suas vidas andam "mascarados" por culpa de uma pandemia .

Sir David Attenboroug afirmou no seu magnífico documentário "Uma vida no nosso planeta" ( 2020) - " precisamos de sabedoria".

Talvez precisemos de um otimismo ingénuo, tal como Erling Kagge escreveu no seu Filosofia para Exploradores Polares, Quetzal, Outubro de 2020: " O otimismo ingénuo é algo que, aparentemente, de modo inato, todas as crianças possuem. Na mente de uma criança todo o mundo está por explorar: o mundo está a mudar, nós também mudamos. Acho que elas têm razão. Não há uma linha de meta. " ( Tradutor Miguel de Castro Henriques).

aos meus filhos, Manel e David

aos meus alunos

@mmalheiro

 

 

publicado às 17:22

# Um dia hei-de ver se me levanto cedo/ para apanhar o mundo de janelas fechadas ( A.O'Neill)- featuring the magnificent Divine Comedy

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                       Marginal, 16 de agosto 2015- Foto MMalheiro. ( edição IOS)

                       em dias de O'Neill e de carpe diem.

                                                                        Poema

                          " Um dia hei-de ver se me levanto cedo

                           para apanhar o mundo de janelas fechadas

                          a relva molhada cheia de gotas de água,

                          as bicicletas dos operários suburbanos,

                          o bafo dos burros das carroças das couves,

                          e o último poeta, coberto de orvalho,

                          trazendo um soneto e a noite em claro,

                         do último candeeiro iluminado. (...)

                                              Alexandre O'Neill in Oliveira, Maria Antónia, Alexandre O'Neill, Uma biografia literária, D. Quixote, 2ª edição, 2007 

                      [ a todos os que um dia gostariam de se levantar cedo e agarrar os dias...]

                         @marinamalheiro

 

publicado às 00:00

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