não nos damos conta, e em momentos em que há um bloqueio na escrita ( até as palavras precisam de sossego e silêncio), de que ,no intervalo da infinita beleza dos dias, o mundo é um lugar estranho onde abunda a violência cega sobre inocentes. (Orlando, Londres e todos os dias nos países onde há guerras, opressão e continuado terrorismo.) Pela paz. -aos que foram vítimas de terrorismo por estes dias.( all rights reserved to Otis Redding)
mmalheiro
[ a única obscenidade que conheço é a violência] Jim Morrison
A poucos dias do exercício da liberdade de escolha política através do direito consignado na CRP, deixo aqui as palavras de Hannah Arendt, escritas em 1954, no seu livro Entre o Passado e o Futuro ( Edição Relógio D'Agua):
"(...) a liberdade (...) constitui na verdade o motivo pelo qual os homens vivem juntos no seio de organizações políticas. A raison d'être da política é a liberdade, e o seu campo de experiência é a ação.
(...) O princípio inspirador de uma ação, ao contrário do seu objetivo, pode ser repetido muitas e muitas vezes, (...) a validade de um princípio é universal. Os homens são livres enquanto agem. ".
a bisar ou trisar (?) esta música aqui.( com todo o tempo dentro)
a Julieta Afonso, que votou sempre até ao fim da vida ( até aos 90 anos), sublinhando que este era um direito que lhe havia sido retirado antes do 25 de abril.
Às vezes não são precisas muitas leituras, filosofia política q.b., farpas literárias, para se ter a noção da escolha certa na corrida democrática.
Ouve-se , como hoje, de vozes imberbes, que tem de haver quem seja o " espelho do mundo" a propósito de um sermão antigo, intemporal, sobre o sal, os homens e os peixes. Nem tudo está perdido. Tem de haver quem seja talvez o "espelho do povo". Quem será, neste momento ?
Chuck Berry & Keith Richards, Nadine ( all rights reserved to Chuck Berry & Keith Richards)
Escreveu Hanna Arendt em 1961 no seu livro Between Past and the Future, no capítulo sobre a Autoridade, nomeadamente na política : " (...) O domar da necessidade tem pois como objetivo o controle das necessidades vitais que coarctam os homens e os mantêm sob o seu poder. Mas tal dominação só poderá ser obtida através do controle e da violência exercidas sobre os demais, que na qualidade de escravos aliviam os homens livres da coerção da necessidade. [ Sobre a filosofia grega].- (1)
Ora, passados séculos persiste este domar da necessidade em territórios longíquos, obrigando milhares a caminharem pela Europa fora, fugindo.
Pelo meio constroem-se muros de arame farpado junto às fronteiras com a Croácia.
Não gosto de muros nem de pedra, nem de arame farpado, nem muros entre e nas pessoas.
Como alguém hoje dizia na rádio , os refugiados apresentam níveis prioritários dentro da desgraça das suas vidas.
Mas, essencialmente, são todos vítimas de um "domar" que há muito deveria ter terminado.
É isso que deve ser lembrado, de acordo o direito internacional e , mais importante, de acordo com os valores preconizados pelas Nações Unidas.
(1) Entre o Passado e o Futuro, Relógio D'Água, 2006, tradução de João Miguel Silva, p.131
J.F.Kennedy e J.Kennedy in Getty Images ( all rights reserved to Getty Images)
em noite de debate político entre os 2 líderes dos principais partidos portugueses há a clara sensação de que o discurso político é como o vento, brando, quando tem de ser forte e firme na defesa dos verdadeiros interesses das pessoas. Foge "pujante" ( palavra ui !linda) a verdade...
“Precisamos de homens que consigam sonhar com coisas que nunca foram feitas.”